quarta-feira, 14 de julho de 2010

E em Alter do Chão, o mosaico mais fantástico que conheci (reeditado)

Retomo um texto que já havia publicado neste blogue. Regressando a Alter do Chão, relembro a sua fundação romana, conhecida através dos vestígios do importante sítio arqueológico de Ferragial d'El Rei, onde associado a um edifício de notáveis dimensões, de que se salienta os seus balneários e respectiva estrutura subterrânea para garantir a circulação de ar e água, bem os compartimentos decorados com mosaicos, apareceu um com temática mitológica que considero um dos mais notáveis exemplares que conheci. 
 Em Alter do Chão, sobre a cidade romana de Abelterium de que o Sítio de Ferragial d'el Rei é apenas mostra, construirá a família real residência acastelada, ao que consta, para aí se dedicar a caçadas memoráveis, no espaço de que hoje podemos partilhar, pois em núcleo museológico se tornou. 
 Mas de Roma fala-nos esse Sítio Arqueológico de Ferragial d'el Rei, que foi objecto de um programa de valorização com fundos comunitários do Programa Operacional da Cultura, e que se encontra visitável, existindo um Centro Interpretativo onde se pode conhecer melhor a ocupação romana do local; a Necrópole Tardo-Antiga, cuja cronologia aponta para os séculos VII-IXd.C.; a Via Romana; a Villa Romana da Quinta do Pão; a Ponte de Vila Formosa;Ponte dos Mendes. Diz uma lenda alterense que o Imperador Adriano se terá deslocado a Abelterium no ano 120 d.C, motivo pelo qual a via romana que conduz à Ponte de Vila Formosa é designada por “Via Adriana”. Por tudo isto, vale a pena ir até Alter do Chão.
Um mosaico romano, de grandes dimensões e «único» na Península Ibérica, foi descoberto durante os trabalhos de arqueologia que decorrem na cidade romana de Abelterium, em Alter do Chão (Portalegre), revelou este domingo o arqueólogo responsável.Em declarações à agência Lusa, Jorge António, arqueólogo na Câmara Municipal de Alter do Chão, considerou o mosaico «único na Península Ibérica» e garantiu que a descoberta se reveste de «extraordinária importância».Esta peça arqueológica, que remonta ao século IV, foi encontrada há cerca de um ano, mas só agora foi divulgada, mantendo-se durante todo este tempo no «segredos dos deuses».O mosaico foi achado na sequência das escavações efectuadas às termas públicas da cidade romana de Abelterium, também denominada de Estação Arqueológica de Ferragial d`El Rei, naquele concelho do Norte Alentejano.À medida que os trabalhos decorriam nas termas da cidade romana, a equipa de arqueólogos descobriu uma casa de um «aristocrata ou político».«Nós identificámos o mosaico no triclínio da casa», disse o especialista, garantindo que era nesse espaço, onde está inserida a peça de grandes dimensões, que o proprietário recebia «as suas visitas».«É um mosaico figurativo, onde surge a figura da Medusa como figura central. O mosaico é uma representação homérica, da Ilíada [poema épico grego atribuído a Homero], mas ainda existe pela frente um grande trabalho de fundo para conhecer melhor esta peça», salientou o arqueólogo.Jorge António revelou ainda que o mosaico possui «pasta vítrea em tons de azul, verde e bordeaux».«Este mosaico vai trazer, no futuro, vários visitantes a Alter do Chão», assegurou o arqueólogo.«Grande passado romano»Já o presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, Joviano Vitorino, afiançou à Lusa que pretende ver aquela peça, assim como toda a cidade romana de Abelterium classificada como «Património Nacional».Alter do Chão tem «um grande passado romano e vamos efectuar todas os esforços necessários para tornar este espaço Património Nacional», defendeu. citado a partir de:

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lagoa de Santo André


Ainda há tanto tempo e tanta vida na Lagoa de Santo André que o mar lava quando aberta a sua garganta até ao mar.
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Já que o período de férias se aproxima, falemos das «Pousadas de Portugal»: o Alentejo



As Pousadas de Portugal – O Alentejo

Criadas pela Lei 31.259 de 1 de Maio de 1941, por iniciativa de António Ferro, que dirigiu o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN)* desde a sua criação, por Salazar, em 1933, até 1949.

As Pousadas foram concebidas para "alojar os visitantes e fornecer-lhes a alimentação no respeito do estilo de cada região", aliás muito dentro da linha de pensamento que caracterizava António Ferro que tentou impor uma "política do espírito", que buscava, por um lado, recuperar como fonte viva o folclore português e, por outro, fazer de algum modo uma pedagogia do moderno em arte.

«Quando um hóspede deixar de ser tratado pelo nome, para ser conhecido pelo número de quarto que ocupa, estaremos completamente desviados do espírito das Pousadas.»
António Ferro, 1942.

Assim surgiram as primeiras Pousadas Regionais, destinadas a alojar os visitantes e fornecer-lhes condições de acolhimento, segundo as tradições de cada região.

A primeira unidade da rede foi inaugurada em 1942, em Elvas, no Alentejo, região que concentra o maior número de pousadas históricas. A pousada de Elvas infelizmente foi fechada enm data recente.
Outras "Pousadas Regionais" foram sendo inauguradas, sempre com um número reduzido de quartos com uma especial atenção à gastronomia regional.

Na década seguinte, o conceito de Pousada foi alargado com o surgimento das "Pousadas Históricas", localizadas em monumentos, muitos deles classificados, e devidamente restaurados para o efeito. Pelas suas características que melhor viabilizam a instalação de infra-estruturas como Pousadas, os imóveis preferencialmente ocupados são antigos conventos, mosteiros e castelos, a exemplo dos castelos de Óbidos, de Alcácer do Sal ou do Alvito, como se pode verificar no mapa da página oficial das Pousadas de Portugal
http://www.pousadas.pt/historicalhotels/PT/.

A primeira pousada a ser criada segundo este novo conceito foi a Pousada do castelo em Óbidos.

Esse tipo de oferta turística diferenciada rapidamente se espalhou pelo país, de Norte a Sul do Portugal, nos Açores e mais recentemente também no Brasil.
As Pousadas de Portugal estiveram, até recentemente, classificadas apenas segundo duas categorias, Históricas e Regionais.
Tendo em vista diferenciar a oferta, foram posteriormente introduzidos novos conceitos temáticos, segundo a vocação específica de cada uma delas, sendo agremiadas nos seguintes grupos:
 Pousadas Históricas
 Pousadas Históricas Design
 Pousadas Natureza
 Pousadas Charme

Desde a origem, em todas as Pousadas de Portugal se fez uma aposta na divulgação da gastronomia regional e nos vinhos portugueses.

Também desde sempre, as Pousadas de Portugal sentiram a necessidade de privilegiar a recuperação do património arquitectónico nacional, assegurando dessa forma a conservação de monumentos e, em paralelo, pois só dessa forma poderiam fomentar a oferta de um produto turístico diferenciado e de maior qualidade, pretendendo ainda ser o reflexo da região ou da zona onde estão inseridas.
Obviamente que a adaptação às novas funções, exigiu que fossem feitas remodelações em muitos deles, pois era necessário criar condições de conforto e bem-estar.
Tentaram ainda adequar o mobiliário e decoração de forma a harmonizarem-se com a região ou simplesmente evocando a ambiência histórica do monumento (móveis de estilo, tapeçarias, quadros, etc.).


O Conceito Pousadas


O termo "Pousada" evoca uma ideia de pausa, tentando reviver a ideia do viajante que faz uma “paragem”, tendo, na sua origem, sido clara a opção pela ciação de infra-estruturas quase de cariz familiar, ou seja, a continuação da casa.

A rede das Pousadas

Até recentemente as Pousadas estavam divididas em Regionais e Históricas.
Actualmente essa divisão foi expandida criando-se quatro conceitos de Pousada:

Pousadas Históricas: o Alentejo
(em edifícios históricos)
1. Alvito - Pousada do Castelo de Alvito
2. Beja - Pousada de São Francisco
3. Estremoz - Pousada da Rainha Santa Isabel
4. Évora - Pousada dos Lóios
5. Vila Viçosa - Pousada de D. João IV


Pousadas Históricas Design
1. Alcácer do Sal - Pousada de D. Afonso II
2. Arraiolos - Pousada de Nossa Senhora da Assunção
3. Crato - Pousada Flor da Rosa
Pousadas Natureza: o Alentejo
(em lugares calmos e relaxantes, propícias ao ecoturismo)
1. Santiago do Cacém - Pousada da Quinta da Ortiga
2. Sousel - Pousada de São Miguel
3. Torrão - Pousada de Vale do Gaio

Pousadas Charme: o Alentejo
(em construções ou lugares típicos)
1. Elvas - Pousada de Santa Luzia (primeira Pousada da rede)
2. Marvão - Pousada de Santa Maria

A problemática da refuncionalização/reuso dos Monumentos em Portugal

Se bem que se continue a privilegiar a manutenção e conservação integral dos imóveis de valor histórico, cuja classificação, em Portugal, pode ter três nomenclaturas: Monumento Nacional; Imóvel de Interesse Público ou Imóvel de Interesse Concelhio, é um facto que a adaptação de alguns imóveis a novas funções conduz necessariamente a que algumas alterações tenham que ser efectuadas, tentando-se, contudo, que o imóvel classificado seja o menos alterado, ou adulterada a sua integridade. Aliás, usando as próprias palavras dos sues responsáveis « (...) as Pousadas de Portugal (...) priveligiaram sempre nas suas decisões de investimento a recuperação de património arquitectónico nacional»  (in Pousada Nª Sra da Assunção, ENATUR, 1996).
Sempre que seja necessário fazer uma ampliação, pois a viabilidade financeira de muitos empreendimentos depende da criação de novas infra-estruturas ou mesmo da ampliação das existentes, dá-se a primazia a uma nova linguagem arquitectónica que não mimetize os monumentos ou os imóveis pré-existentes.
No entanto, as exigências no que se refere a situações em que foram viabilizadas reestruturações no interior de imóveis classificados foram sendo cada vez maiores, nomeadamente no que respeita aos estudos aprofundados dos mesmos, suas tipologias, características construtivas ou mesmo aspectos relacionados com o Património Integrado – pinturas, esculturas, frescos, talhas, ou às eventuais pré-existências arqueológicas, que exigem em zonas de sensibilidade escavações prévias.

O IGESPAR tem como missão tutelar as intervenções e conservar, preservar, salvaguardar e valorizar o património arquitectónico português, incluindo-se neste universo o conjunto de bens imóveis de especial valor histórico, arquitectónico, artístico, científico, social ou técnico subsistentes, através da emissão de pareceres vinculativos que incidam sobre monumentos ou sítios classificados, ou em vias de classificação e respectivas áreas de protecção, a realização de obras de conservação, reabilitação e restauro em imóveis e sítios classificados propriedade do Estado, a classificação de imóveis e sítios arqueológicos e a gestão dos principais monumentos nacionais, bem como acompanhar a elaboração de instrumentos diversos de planeamento urbanístico, de ordenamento do território e de Estudos de Impacte Ambiental..
Aos imóveis classificados deve corresponder promoção o estabelecimento de zonas especiais de protecção ou zonas non aedificandi, que visam a protecção legal dos bens culturais e dos seus contextos.

*A partir de 1944 o Secretariado da Propaganda Nacional passa a designar-se Secretariado Nacional da Informação

http://www.pousadas.pt/historicalhotels/PT/

Informação de base das Pousadas e imagens gentilmente cedidas pelo Turismo de Portugal: Pousada de Santiago do Cacém; Pousada de S.Francisco, Beja.

CHARME E RELAX
Pousada Santa Maria em Marvão http://www.pousadas.pt/historic-hotels-portugal/pt/pousadas/alentejo-hotels/pousada-de-marvao/sta-maria/pages/home.aspx

Quem gosta de história, natureza, relax e degustação, nada melhor que uns dias neste espaço de verdadeiro sonho.
Marvão, foi outrora refúgio de um governador mouro (Maurwan) por algum motivo evidente - a beleza paisagística deste local.
As muralhas da época medieval (séc. XIII) retratam um passado histórico que integram esta pousada dando-lhe um cariz de "conto de fadas). A complementar uma gastronomia regional alentejana de modernidade e requinte.
Destino convidativo a não esquecer.