terça-feira, 7 de março de 2017

OS DEUSES ESCONDEM-SE ATRÁS DAS ÁRVORES

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ANO 4EDIÇÃO 45 - ABRIL 2016
Filomena Barata

OS DEUSES ESCONDEM-SE ATRÁS DAS ÁRVORES


«Foi ela que deu o germe das plantas e das árvores, foi ela que reuniu nos laços da sociedade os primeiros homens, espíritos ferozes e bárbaros, foi ela que ensinou a cada ser a unir-se a uma companheira. Foi ela que nos proporcionou as inúmeras espécies de aves e a multiplicação dos rebanhos. O carneiro furioso luta, às chifradas, com o carneiro. Mas teme ferir a ovelha. O touro cujos longos mugidos faziam ecoar os vales e os bosques abandona a ferocidade, quando vê a novilha. O mesmo poder sustenta tudo quanto vive sob os amplos mares e povoa as águas de peixes sem conta. Vénus foi a primeira em despojar os homens do aspecto feroz que lhes era peculiar. Dela foi que nos vieram o atavio e o cuidado do próprio corpo».

Ovídio, Metamorfoses

Iniciara eu este trabalho, há muitos anos atrás, dando sequência a um levantamento efectuado sobre as espécies vegetais e animais das Ruínas de Miróbriga, Santiago do Cacém, bem como aos diversos estudos publicados, relativos a determinados  testemunhos florísticos e faunísticos desse sítio arqueológico, desejando fazer um elenco das referências existentes na literatura latina às mesmas e tentar ainda encontrar as suas associações com as divindades romanas. 


Estava também profundamente crente que um Sítio Arqueológico como a cidade romana de Miróbriga, para além do seu intrínseco valor científico e patrimonial, como testemunho do Passado, deveria assumir, no Presente, uma estreita relação com o meio e o ambiente onde se insere, pois a paisagem que ainda o envolve remonta a tempos milenares, com a sua zona de montado, mas onde, também na periferia, crescem tantas espécies de origens remotas, comuns ao Mediterrâneo.

Dispunha-me a fazer um trabalho infinito que nem uma vida inteira me deixará terminar.

Mas como Abril é o mês dos cravos e das rosas, o mês de Vénus, cujo culto está, em Miróbriga, atestado epigraficamente, através de duas inscrições dedicadas à divindade, e arqueologicamente, pois existe um templo de planta absidial que, muito possivelmente, lhe era dedicado - essa construção tem uma planta que se relaciona com o “templo de abside” dedicado a Venus Genetrix que foi construído em posição dominante do Forum Iulium para homenagear a origem mítica dos Iulii -,não quis deixar de partilhar um pequeno apontamento desse trabalho que nos permite percepcionar como, de facto, para os Romanos, não há Natureza, Divivindade e Humanidade separadas, pois são todos eles um TODO relacionável.


Templo de planta absidial de Miróbriga, Santiago do Cacém (lado esquerdo)

Abril deriva, ao que é comum aceitar-se, do latim «aprilis» que, por sua vez, se filia no verbo «aperire», que significa abrir, lembrando a estação do ano e o abrir das flores na Primavera.

Há quem defenda também que Abril derive de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão.

Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vénus, que teria nascido da espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril". E por isso a crença ainda actual de que os amores nascidos em Abril se eternizam, sob os auspícios da divindade.

Este mês era, por isso, consagrado pelos romanos à deusa Vénus chamando-se também por isso «mensis veneris», o mês de Vénus.

Também Ceres, a deusa da agricultura, e Baco, o deus do vinho, eram festejados neste mês pelos romanos.

Ceres continuava assim a honrar a fertilização da terra, que se abre nesta época do ano para receber a sementeira que, mais tarde, produzirá os frutos.

Baco, que corresponde ao Dionísio dos gregos, era também homenageado provando-se, pela primeira vez e com grande solenidade, o vinho da colheita anterior.

O mês era de Abril era representado por Cupido com uma coroa de rosas na cabeça.

Mas também a rosa era o atributo de Vénus, que com ele se fazia representar.

Assim se refere o poeta Virgílio, no século I

"Era o primero a colher a rosa na Primavera e no Outono as frutas. E quando o Inverno frio fazia estalar de frio as rochas e parava com o gelo o curso das águas, ele já estava recortando as folhas do jacinto, maldizendo o atrazo do Verão e  a deora dos céfiros. (Virg. Georg. IV)

Lembremos pois a rosa, uma das flores de maior simbolismo na cultura ocidental.

O seu nome tem origem latina, havendo, contudo, quem defenda que procede do grego «rhodon» numa referência a Rodes, ilha coberta de rosas.

Considerada "a rainha das flores" pela poetisa Safo no século VI a. C., ela teria sido criada, segundo a mitologia grega, por Clóris, deusa das flores (Flora entre os romanos), com o corpo inanimado de uma ninfa.

Era consagrada a Afrodite, deusa do amor, a Vénus da época romana.

Fotografia: Clara Pimenta do Vale

Dioniso, segundo a tradição mais difundida do mito, ofereceu-lhe seu perfume inebriante, e as Três Graças deram-lhe o encanto e o brilho que ela oferecia aos que a contemplavam.


Também Cupido, filho de Marte, deus da guerra, e de Vénus, usava uma coroa de rosas, bem como Príapo, deus dos jardins e da fecundidade.

Ao que se sabe, um milénio antes da nossa era, a rosa-de-damasco, uma das mais antigas que se conhece, era cultivada na ilha de Samos, no Mediterrâneo, exactamente em honra de Afrodite.

Consagrada a muitas outras divindades da mitologia, é símbolo de Afrodite e de Vénus, tendo sido adoptada pelo cristianismo que tornou a Rosa como o símbolo de Maria.

Mas regressemos ainda à Mitologia grega, que narra que Afrodite, quando nasceu nas espumas do mar, a espuma tomou forma de uma rosa branca, simbolizando a pureza e a inocência.

O Mito diz-nos ainda que, quando Afrodite viu Adónis ferido, pairando sobre a morte, a deusa foi socorrê-lo, tendo-se picado num espinho e seu sangue acabou por colorir as rosas que lhe eram consagradas.

Também na Antiguidade as rosas eram usadas sobre os túmulos, símbolo de luto, existindo um festival em honra de Flora e de Vénus chamado “Rosália”, e todos os anos, no mês de Maio, as sepulturas eram adornadas com essas flores.

Na Antiga Roma, cria-se que as rosas eram invenção da deusa Flora (deusa da primavera e das flores), que as criou quando uma das ninfas da deusa morreu. Perante a sua tristeza, cada deus contribuiu com um elemento para tornar a rosa a mais bela e desejada das flores; Apolo insuflou-lhe a vida; Baco deu o néctar; Pomona os frutos. Cupido deu-lhe os espinhos ao tentar espantar abelhas que se apaixonaram por ela.

O mito explica assim o aparecimento da rosa: as abelhas eram atraídas pela flor e quando Cupido atirou suas flechas para as afugentar, elas foram transformadas em espinhos.

A 23 de Abril comemoravam-se ainda as vinalia, festa dedicada ao vinho sob a protecção de Vénus que concedeu aos humanos o vinho corrente vinum spurcum. A Júpiter, como deus que regulava o clima, eram-lhe oferecidas libações com vinho benzido pelo  sumo sacerdote. Por sua vez, no templo de Venus Ericina, jovens e prostitutas reuniam-se procurando relacionamentos e ofereciam à deusa mirto, menta e juncos entre ramos de rosas, pedindo beleza.

A Rosa é, igualmente, consagrada à deusa Isís que é apresentada com uma coroa de rosas. Em muitas religiões mistéricas ou iniciáticas, a rosa fechada simboliza o segredo. Mas valor das rosas é também muito presente na Alquimia: uma rosa branca com um lírio era o símbolo da “Pequena Obra”; e as rosas vermelhas estavam associadas à “Pedra Filosofal”, o objectivo máximo de um alquimista, a “Grande Obra”.

Durante os Festivais anuais dedicados a Adónis que decorriam em cidades gregas, em cerimónias fúnebres, as mulheres plantavam sementes de flores e regavam-nas com água morna, para que crescessem mais depressa, fazendo com que as roseiras florescessem rapidamente. Mas também morriam num ápice: eram os denominados Jardins de Adónis.

Adónis, ao que  diz a Mitologia, havia nascido da casca da árvore da Mirra em que se tinha metamorfoseado Smirna ou Mirra para fugir ao castigo do seu irado pai, Téias, com quem manteve relações incestuosas.

Maravilhada com a extraordinária beleza de Adónis, Afrodite tomou-o sob sua protecção e entregou-o a Perséfone, filha de Ceres e de Zeus, que havia  sido raptada por Hades para o submundo,  para que ela o criasse.

À medida que Adónis cresceu, as deusas passaram a disputar a sua companhia, e Zeus, para resolver a situação, estipulou que ele passaria um terço do ano com cada uma delas. Contudo, Adónis preferia Afrodite e permanecia sempre com ela.

Mas a sua natureza altiva, não escutando os conselhos de Afrodite, foi a perdição de Adónis que,  um dia que foi à caça, acabou por sucumbir ao ataque de um javali ferido que lhe cravou os dentes, deixando-o moribundo.

Tal como Ceres e Perséfone, a Proserpina romana, o mito de Adónis está relacionado com os ritos simbólicos associados à Natureza, representando-se assim a morte da vegetação nas profundezas da terra. Adónis personifica a semente que morre e ressuscita, num outro ciclo, com a germinação a vida. 

Derivando da palavra latina flos (flores),Flora era, por sua vez, uma ninfa romana das flores, intimamente ligada à Primavera.  
Porque um novo ciclo se anuncia com a entrada dessa estação, Flora aparece-nos referida como deusa da fertilidade.

Durante os festejos que lhe eram dedicados em Roma, atiravam-se sementes sobre a multidão para atrair a fertilidade e a abundância, situação em que podemos encontrar algum paralelismo no hábito de, nos nossos dias, deitar arroz sobre os recém-casados. 
Eram também sacrificadas ovelhas e ofertado mel.

O mel era exactamente considerado um dos presentes que Flora tinha dado aos seres humanos, simbolizando a abelha a força feminina da natureza.

Flora foi inúmeras vezes associada a Deméter/Ceres, Ártemis e Perséfone/Prosérpina e o poeta Ovídio chega mesmo a relacioná-la com a mitologia grega, identificando-a com a ninfa grega Cloris, embora a origem da divindade seja claramente itálica.

Nessa versão do Mito de Ovídio, um certo dia de Primavera, Zéfiro, o vento oeste, avistou a ninfa Cloris, apaixonou-se por ela e transformou-a em Flora. Como prova de seu amor, Zéfiro nomeou a sua amada como rainha das flores, das árvores frutíferas e concedeu-lhe o poder de germinar as sementes das flores de cultivo e ornamentais, entre elas, o cravo.


Mas também o morango era a fruta da deusa Vénus, e símbolo de fertilidade, tentação e paixão, símbolo dos amores perdidos da mesma deusa por Adónis.

Na Mitologia romana os morangos eram chamados de "Lágrimas de Vénus" e do que reza a lenda, quando o mais belo dos homens morreu (Adónis), as lágrimas de Vénus transformaram-se em pequenos corações vermelhos, embora a mesma lenda nos apareça associada a outras plantas, flores, a exemplo da rosa, e animais, designadamente o javali que investiu contra Adónis e a anémona, ou flor-do-vento, pois o vento é a causa tanto de seu nascimento como de sua morte.

Muito possivelmente a utilização do morango para poções mágicas de amor relaciona-se, com este mito.

Já eram conhecidas as suas caracterísicas mediciais em época romana, pois o fruto tem grandes propriedades em toda a planta: fruto, raiz e folhas.


E retomo as palavras do autor latino do século I que heroiciza,  nas suas Geórgicas, o prestígio da vida agrícola, como um dos pilares da época de Augusto,  :

«(...) Quando renasce a Primavera, e frios regatos correm das montanhas cobertas de neve, e o Zéfiro desagrega as leivas, é chegada a ocasião dos bois começarem a gemer sob o peso do arado tanchando a fundo, e de rebrilhar ao sol a relha desgastada pelo roçar nos sulcos. (...)
Mãos à obra, portanto! Comecem os teus robustos bois, desde o primeiro dia do mês, a revolver a terra feraz, para que o poeirento Verão recoza com rais ardentos de sol as glebas que se lhe oferecem.

(...) o pai dos deuses, o próprio Jove, determinou que fosse árduo o cultivo das terras, pela primeira vez as mandou fabricar obedecendo a uma arte, e aguilhoou com preocupações o coração dos mortais, não consentindo que os seus domínios entorpecessem numa pesada modorra. Antes do reinado de Júpiter não havia agricultores em luta com os campos; não era permitido dividir a terra, e assinalar extremas; os homens buscavam o proveito para o bem comum, e o próprio solo produzia mais liberalmente, sem nada se lhe solicitar. Foi Júpiter que deu às negras serpentes o veneno maléfico, quem mandou que os lobos fossem depredadores, quem ordenou que o mar se agitasse, quem, sacudindo as folhas, fez cair delas o mel; quem retirou aos homens o fogo, e estancou os vinhos que corriam. Tudo para que o homem, à força de experiência e constante exercício, forjasse pouco a pouco as várias artes, alcançasse, abrindo sulcos, as messes de trigo, e fizesse brotar das veias da pedra o fogo que se lhe havia ocultado.

(...) Foi Ceres quem primeiro ensinou os mortais a revirar a terra com o ferro, quando já lhes faltava as landes, e Dodona recusava o alimento fácil».

«Tu, Minerva, que nos deste a oliveira; tu moço inventor do curvo arado; tu, Silvano, que usas em guisa de cajado um tenro cipreste arrancado com as raízes! E vós todos, deuses e deusas a quem cabe o cuidado de proteger os campos, que alimentais as plantas que o homem não semeou, e derramais do céu, sobre as que ele cultiva, a chuva benfazeja!» Também o geógrafo Estrabão se refere à riqueza agrícola e mineira da Turdetania do seguinte modo: «trigo, muito vinho e azeite; este de grande quantidade, e de qualidade insuperável» e adianta ainda que grande parte da costa atlântica e mediterrânica estava coberta de arvoredo: oliveira, vinha, figueira e outras árvores semelhantes e que a região entre o tejo e o Cantábrico "era naturalmente rica e frutos e gado" (3, 3, 5).

Virgílio, Livro I, ed. Sá da Costa, 1948: «As Geórgicas».


Fotografia: Clara Pimenta do Vale

Associada a Atena, (Minerva) e a Júpiter, encontramos neste autor, ao longo da sua obra, várias referências à oliveira, Associada a Atena, (Minerva) e a Júpiter, encontramos neste autor, ao longo da sua obra, várias referências à oliveira, bem como em Catão, Plínio e Estrabão.


Era considerada a árvore da civilização, da fecundidade, da paz e da vitória sobre as forças obscuras, esterilizantes e injustas. 
Do que nos diz a Mitologia, a deusa Atena, que zela pelo Estado e pela prosperidade do mesmo, fez brotar a oliveira por detrás do Erectéion, como o mais belo presente que podia oferecer aos Atenienses.

Mas também a deusa velava pela agricultura.
Segundo Plínio, «Há também azeitonas muito doces que se secam por si, mais doces que uvas passas; são bastante raras e produzem-se na África e próximo de Emérita, na Lusitânia» Plínio, NH, XV, 17.

Este autor latino refere ainda que a Bética obtinha as suas mais ricas colheitas das oliveiras e que o solo cascalhoso era muito apto para plantar olivais.

É sabido que a oliveira, a par da videira, foi uma das primeiras árvores a ser cultivada, há mais de 5.000 anos, no Mediterrâneo Oriental e Ásia Menor, sendo os Fenícios, Sírios e Arménios os primeiros a consumir azeite.

Era utilizado na alimentação, higiene e beleza e ainda com fins medicinais.

Durante o Período Romano, foi muito utilizado para tratamentos capilares, sendo também aproveitado para a iluminação, designadamente nas lucernas, ou candeias, como lubrificante de ferramentas e alfaias agrícolas, impermeabilizante e ainda em rituais religiosos, tendo mantido, contudo, o seu tradicional uso na alimentação e para efeitos medicinais.

Mas também todas as outras plantas, árvores e flores beneficiavam dessa íntima relação com as divindades.

Os cereais, criados por Ceres, e, mais especificamente, o trigo, aparecem associados pois a Ceres e Deméter, filha de Crono e de Reia, que parece ter dado os primeiros grãos de trigo a Céleo de Elêusis.

É a deusa do trigo, facilitando-lhe a germinação, e as colheitas, de que assegura o amadurecimento.

Também na obra de Virgílio há inúmeras referências ao trigo  que aconselha «Terras anegradas, onde a relha escorrega quase sem esforço, mas que se esfarelam - para isso serve o charruar - são as melhores para o trigo»,

As Geórgicas, Ed. Sá da Costa, 1948, Lisboa. Plínio, NH, XVIII,

Por sua vez, Plínio informa-nos, na sua História Natural, que na Hispânia o trigo se guardava em silos e que «assim, se não penetra qualquer ar no trigo, é seguro que não haverá qualquer dano» Plínio, XVIII, 306-307.

Por sua vez, Plínio informa-nos, na sua História Natural, que na Hispânia o trigo se guardava em silos e que «assim, se não penetra qualquer ar no trigo, é seguro que não haverá qualquer dano» Plínio, XVIII, 306-307.

Segundo informação de Estrabão, «Da Turdetânia exporta-se trigo, muito vinho e azeite; este, para mais, não só em quantidade, como de qualidade insuperável» Estrb. III,2, 65.

Assim das mãos de Deméter/Ceres surgiu o trigo, considerado também o símbolo da Civilização, essa capacidade de os Humanos moldarem a Natureza.

Sendo a deusa da agricultura, fez muitas viagens em companhia de Dionísio, deus da vinha e do vinho, para ensinar os homens a cultivarem a terra e a cultivá-la.



Teve uma filha com seu irmão Zeus chamada Perséfone, de que já falámos nesta revista, que vivia meio ano nas profundezas da Terra e outra metade vinha ajudar a sua mãe. Com o seu regresso inaugurava-se a Primavera, marcado pelo Equinócio da Primavera.

Cantemos, pois, a Primavera e os campos que encherão de papoilas, honrando também Deméter, deusa da fertilidade e das estações do ano e de que a flor é atributo.

Poderá consultar-se:

Filomena Barata,

Espécies vegetais de Miróbriga e as suas referências mitológicas e Bibliográficas


Filomena Barata
Mestrado em Arqueologia
Colaboradora do CIDHEUS, Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades. Universidade de Évora

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